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Cartoline da Venezia

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Cartoline da Venezia

Postais de Veneza

Por Antonello Veneri

 

A exposição apresenta um ensaio documental realizado pelo fotojornalista Antonello Veneri nessa cidade na primavera de 2018 e verão de 2019. Possui fotos que conduzem o visitante em um percurso fora da expectativa turística. Confronta a Veneza imaginada com sua experiência viva e complexa. 

Na mostra o fotógrafo trentino, radicado no Brasil há 12 anos, já inicia seu percurso narrativo com uma imagem cujo horizonte é invadido por enorme impacto visual: ao fundo da Piazza San Marco um navio turístico com quase 300 metros de comprimento se funde a uma massa de turistas. A bidimensionalidade da imagem já propõe um estranhamento ao observador, provoca o rompimento do limite entre quem observa e a cena observada. O limite do quadro fotográfico ascende ao status de limiar. É um portal que convida a entrar.

Mais adiante o visitante se mistura aos turistas. É levado quase a ouvir o ruído dos corpos inquietos produzindo suas selfies, stories etc.: lembranças pós-fotográficas de uma das cidades mais lindas do planeta, patrimônio universal pela Unesco. Há excesso e desenraizamento. O herdeiro dos antigos cartões-postais é o celular, mas seu uso não media mais o contato sensível com o território e com o outro. Veneza está sommersa, ocultada. Emerge tensão entre paisagem e retrato. 

O olhar sensível de Antonello, na permissão inerente ao retrato, toca seus personagens com sua acolhedora abordagem e os ilumina com a competência de herdeiro que é de uma cultura visual extraordinária. Esculpe com luz seus retratados, domina o chiaroscuro e a cor.

Foge da monumentalidade, nos guia a becos, nos desloca para o silêncio, o detalhe, a contemplar o horizonte, o ir e vir plasmado em azul. Conta do seu afeto. Busca memória, reencontro. 

As baixas luzes substituem pouco a pouco a luz do dia. Aconchegam imigrantes, sem-teto… acolhem.

Veneza se apresenta cintilante, paisagem plena, pulsa e pede um “re-conhecimento” como território de origem. Revela sua espessura histórica.

No resgate da paisagem recupera o cartão-postal. Revela em seu trabalho ser capaz da proeza de transitar entre a objetividade jornalística e a sua dimensão subjetiva, afetiva: de sua memória.

Profa. M. Angela Di Sessa

fevereiro 2020

Total de fotos segundo formato: 

2 fotos 90x120 cm

 

17 fotos 40x60 cm

 

16 fotos 30x45 cm

 

2 fotos 60x90 cm

Parede F

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